Crise à vista? decifrando os sinais de um possível colapso no mercado

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Imagem: criado por IA/leonardo.ai

Muito tem se falado em uma nova crise mundial, mas será que o cenário atual é realmente propício para um novo crash no mercado?

Vamos primeiro nos atentar aos dados macroeconômicos…

Nos Estados Unidos, o maior potencial mundial, o IPC, indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed), acumulou 3,5% em março na base anual.

Embora o indicador esteja menor que os 5,0% registrados no mesmo período de 2023, ainda está acima da projeção do mercado.

Recentemente, o Fed de Nova Iorque aumentou as expectativas para inflação de 3,0% em abril para 3,3% em maio.

Apesar das maiores projeções da inflação norte-americana, o presidente do Fed, Jerome Powell, fez nesta terça-feira (14) uma avaliação otimista sobre a situação atual da economia dos Estados Unidos.

Segundo Powell, houve uma perspectiva de crescimento contínuo acima da tendência e confiança na queda da inflação que, embora corroída por dados recentes, permanece em grande parte intacto.

Além disso, o chefe do banco central dos Estados Unidos disse que continua improvável, em sua opinião, que o Fed tenha que aumentar taxas ainda mais, mesmo que a perspectiva de cortes nas taxas tenha se tornado menos certa.

Ou seja, temos um cenário de inflação alta e taxa de juros alta, para a maior economia do mundo.

A taxa de juros dos Estados Unidos se encontra atualmente na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, o maior patamar em 22 anos.

Esse cenário é suficiente para gerar uma recessão mundial?

Vamos se atentar aos dados históricos…

Crises

Ao longo das últimas décadas, as grandes crises econômicas foram desencadeadas por vários motivos únicos. Veja a seguir:

Bolha Pontocom

No final dos anos 90, os investidores começaram a perceber que muitas empresas de internet não correspondiam às expectativas.

A bolha pontocom, também conhecida como boom pontocom, foi uma bolha no mercado de ações que se formou no final da década de 1990, atingindo seu pico em 10 de março de 2000.

Esse período de crescimento acelerado do mercado coincidiu com a adoção generalizada da World Wide Web e da Internet, levando a um grande influxo de capital de risco disponível e ao rápido aumento das avaliações de novas startups pontocom.

Entre 1995 e o pico em março de 2000, os investimentos no índice composto do mercado de ações Nasdaq aumentaram 800%, mas depois caíram 78% até outubro de 2002, eliminando todos os ganhos acumulados durante a bolha.

Durante a crise pontocom, muitas empresas de comércio eletrônico, como Pets.com, Webvan e Boo.com, bem como várias empresas de comunicação, como Worldcom, NorthPoint Communications e Global Crossing, faliram e fecharam.

Outras, como LastMinute.com, MP3.com e PeopleSound, sobreviveram por meio de vendas e aquisições. Grandes empresas como Amazon e Cisco Systems perderam grande parte de sua capitalização de mercado, com a Cisco perdendo 80% do valor de suas ações.

Crise Financeira de 2008

Em 2008, uma crise imobiliária nos Estados Unidos desencadeou uma crise financeira global.

Esta foi a maior crise financeira desde a Grande Depressão e teve suas raízes em empréstimos arriscados a mutuários de baixa qualidade, que começaram a perder valor após os bancos centrais aumentarem as taxas de juros nos anos anteriores à crise.

Muitas instituições financeiras tinham grandes posições em títulos hipotecários altamente alavancados, que proliferaram nos anos anteriores.

A crise resultou no colapso de gigantes de Wall Street, como Bear Stearns e Lehman Brothers, ambos fortemente expostos a títulos hipotecários.

A crise também afetou a gigante de seguros American International Group (AIG), que necessitou de um resgate de 180 bilhões de dólares.

O governo norte-americano fechou o Washington Mutual, na maior falência bancária da história dos Estados Unidos.

A “Grande Recessão” resultante foi a pior crise econômica em 70 anos.

Pandemia de Covid-19

Em 2020, a pandemia de Covid-19 paralisou quase todas as economias do mundo.

A pandemia causou graves perturbações sociais e econômicas globalmente, resultando na maior recessão desde a Grande Depressão.

A escassez generalizada de suprimentos, incluindo alimentos, foi causada por interrupções na cadeia de abastecimento e pelo pânico nas compras.

A redução da atividade humana levou a uma diminuição temporária sem precedentes da poluição.

Instituições educacionais e áreas públicas foram parcial ou totalmente fechadas em muitas regiões, e muitos eventos foram cancelados ou adiados durante 2020 e 2021.

Temos outra recessão à vista?

Dado o cenário atual de alta inflação, juros elevados, e múltiplas disrupções econômicas, é compreensível a preocupação com um possível crash no mercado.

No entanto, ao analisar crises passadas, percebemos que cada uma delas teve gatilhos específicos e contextos distintos.

Embora os desafios presentes sejam significativos, a resiliência das políticas econômicas e a capacidade de adaptação das economias podem evitar um novo colapso.

Portanto, embora haja sinais de alerta, ainda é incerto se esses fatores isoladamente serão suficientes para desencadear uma nova crise global.

Disclaimer: As informações contidas neste artigo não constituem, nem tampouco devem ser interpretadas como um conselho, recomendação, oferta e  solicitação para compra ou venda de ações, títulos, valores mobiliários e de quaisquer outros instrumentos financeiros.

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